Chapeuzinho Vermelho
Contos de Fadas

Chapeuzinho Vermelho

por Irmãos Grimm

Uma corajosa menina precisa ser mais esperta que um lobo astuto que ameaça tanto ela quanto sua avó em uma jornada pela floresta.

Idades 7-9
11 min de leitura
24 de setembro de 2025

Era uma vez uma querida menininha que era amada por todos que a viam, mas principalmente por sua avó. Não havia nada que ela não daria à criança. Um dia, deu-lhe um pequeno capuz de veludo vermelho, que lhe caía tão bem que ela nunca mais quis usar outra coisa; por isso, todos a chamavam de "Chapeuzinho Vermelho."

Um dia, sua mãe lhe disse:

—"Venha, Chapeuzinho Vermelho, aqui está um pedaço de bolo e uma garrafa de vinho. Leve-os para sua avó—ela está doente e fraca, e isso lhe fará bem. Saia antes que fique quente, e quando estiver indo, ande direitinho e calmamente e não saia do caminho, ou você pode cair e quebrar a garrafa, e então sua avó não receberá nada. E quando entrar no quarto dela, não se esqueça de dizer 'Bom dia,' e não olhe em todos os cantos antes de fazer isso."

—"Vou ter muito cuidado," disse Chapeuzinho Vermelho à sua mãe, e deu-lhe a mão em promessa.

A avó morava na floresta, a meia légua da aldeia, e assim que Chapeuzinho Vermelho entrou na floresta, um lobo a encontrou. Chapeuzinho Vermelho não sabia que criatura malvada ele era, e não tinha medo dele.

—"Bom dia, Chapeuzinho Vermelho," disse ele.

—"Muito obrigada, lobo."

—"Para onde vai tão cedo, Chapeuzinho Vermelho?"

—"Para a casa da minha avó."

—"O que você tem no avental?"

—"Bolo e vinho. Ontem foi dia de assar, então a pobre avó doente vai ter algo bom para ficar mais forte."

—"Onde mora sua avó, Chapeuzinho Vermelho?"

—"Um bom quarto de légua mais adiante na floresta. A casa dela fica debaixo das três grandes árvores de carvalho, as nogueiras estão logo abaixo. Você certamente deve conhecê-la," respondeu Chapeuzinho Vermelho.

O lobo pensou consigo mesmo: "Que criatura jovem e tenra! Que belo e suculento bocado—ela será melhor de comer do que a velha. Tenho que agir astutamente, para pegar as duas."

Então ele caminhou por um curto tempo ao lado de Chapeuzinho Vermelho, e depois disse:

—"Veja, Chapeuzinho Vermelho, como as flores são bonitas por aqui—por que você não olha ao redor? Eu acredito também que você não ouve como os passarinhos estão cantando docemente. Você anda tão séria como se estivesse indo para a escola, enquanto tudo aqui na floresta está alegre."

Chapeuzinho Vermelho levantou os olhos, e quando viu os raios de sol dançando aqui e ali através das árvores, e lindas flores crescendo por toda parte, pensou: "Suponha que eu leve para a vovó um buquê fresco—isso também a agradaria. É tão cedo no dia que ainda chegarei lá a tempo." E assim ela correu do caminho para a floresta para procurar flores. E sempre que colhia uma, imaginava que via outra ainda mais bonita mais adiante, e corria atrás dela, e assim se aprofundava cada vez mais na floresta.

Enquanto isso, o lobo correu direto para a casa da avó e bateu na porta.

—"Quem está aí?"

—"Chapeuzinho Vermelho," respondeu o lobo. "Ela está trazendo bolo e vinho. Abra a porta."

—"Levante o trinco," gritou a avó. "Estou muito fraca e não posso me levantar."

O lobo levantou o trinco, a porta se abriu, e sem dizer uma palavra ele foi direto para a cama da avó e a devorou. Depois, vestiu suas roupas, colocou seu capuz, deitou-se na cama e puxou as cortinas.

Chapeuzinho Vermelho, no entanto, estava correndo por aí colhendo flores, e quando já tinha juntado tantas que não podia carregar mais, lembrou-se da avó e pôs-se a caminho dela.

Ela ficou surpresa ao encontrar a porta da casa aberta, e quando entrou no quarto, teve uma sensação tão estranha que disse a si mesma: "Oh, meu Deus! Como me sinto inquieta hoje, e em outras vezes gosto tanto de estar com a vovó."

Ela chamou:

—"Bom dia," mas não recebeu resposta.

Então foi até a cama e puxou as cortinas. Lá estava sua avó com o capuz puxado bem sobre o rosto, e com uma aparência muito estranha.

—"Oh! Vovó," disse ela, "que orelhas grandes você tem!"

—"É para melhor te ouvir, minha criança," foi a resposta.

—"Mas, vovó, que olhos grandes você tem!" disse ela.

—"É para melhor te ver, minha querida."

—"Mas, vovó, que mãos grandes você tem!"

—"É para melhor te abraçar."

—"Oh! Mas, vovó, que boca terrivelmente grande você tem!"

—"É para melhor te comer!"

E mal o lobo disse isso, com um salto ele saiu da cama e engoliu Chapeuzinho Vermelho.

Quando o lobo saciou seu apetite, deitou-se novamente na cama, adormeceu e começou a roncar muito alto. O caçador estava passando pela casa, e pensou consigo mesmo: "Como a velha está roncando! Preciso ver se ela precisa de algo."

Então ele entrou no quarto, e quando chegou à cama, viu que o lobo estava deitado nela.

—"Encontro-te aqui, velho pecador!" disse ele. "Procurei-te por muito tempo!"

Então, quando estava prestes a atirar nele, lembrou-se de que o lobo poderia ter devorado a avó, e que ela ainda poderia ser salva, então não atirou, mas pegou uma tesoura e começou a cortar a barriga do lobo adormecido. Quando fez dois cortes, viu o brilho de Chapeuzinho Vermelho, e então fez mais dois cortes, e a menininha saltou para fora, gritando:

—"Ah, como fiquei assustada! Como estava escuro dentro do lobo!"

E depois disso a velha avó saiu viva também, mas mal conseguindo respirar. Chapeuzinho Vermelho, no entanto, rapidamente trouxe grandes pedras com as quais encheram o corpo do lobo, e quando ele acordou, quis fugir, mas as pedras eram tão pesadas que ele caiu imediatamente e morreu.

Então todos os três ficaram encantados. O caçador tirou a pele do lobo e foi para casa com ela. A avó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho Vermelho havia trazido, e se recuperou. Mas Chapeuzinho Vermelho pensou consigo mesma: "Enquanto eu viver, nunca sairei do caminho sozinha para correr pela floresta quando minha mãe me proibiu de fazer isso."

Também se conta que uma vez, quando Chapeuzinho Vermelho estava novamente levando bolos para a velha avó, outro lobo falou com ela e tentou atraí-la para fora do caminho. Chapeuzinho Vermelho, no entanto, estava em guarda, e seguiu em frente em seu caminho, e contou à avó que havia encontrado o lobo, e que ele lhe dissera "bom dia," mas com um olhar tão malvado nos olhos, que se não estivessem na estrada pública, ela tinha certeza de que ele a teria devorado.

—"Bem," disse a avó, "vamos fechar a porta, para que ele não entre."

Logo depois o lobo bateu, e gritou:

—"Abra a porta, vovó, sou Chapeuzinho Vermelho, e estou trazendo alguns bolos para você."

Mas eles não falaram, nem abriram a porta, então o barbudo cinzento deu duas ou três voltas ao redor da casa, e por fim pulou no telhado, pretendendo esperar até que Chapeuzinho Vermelho fosse para casa à noite, e então segui-la e devorá-la na escuridão. Mas a avó viu o que ele estava pensando. Na frente da casa havia um grande cocho de pedra, então ela disse à criança:

—"Pegue o balde, Chapeuzinho Vermelho. Fiz algumas salsichas ontem, então leve a água em que as fervi para o cocho."

Chapeuzinho Vermelho carregou até que o grande cocho estivesse completamente cheio. Então o cheiro das salsichas chegou ao lobo, e ele cheirou e espiou para baixo, e por fim esticou o pescoço tanto que não conseguiu mais se equilibrar e começou a escorregar, e escorregou do telhado direto para o grande cocho, e se afogou. Mas Chapeuzinho Vermelho foi alegremente para casa, e nunca fez nada para prejudicar ninguém.

❤️ ✝️ ❤️

Moral da História

Sempre ouça seus pais e siga o caminho que eles guiam você a seguir. Desviar-se do caminho certo pode levar ao perigo.

Temas desta história

#grimm#conto-de-fadas#classico

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