Há muito tempo, na Inglaterra, o bom rei Uther Pendragon havia morrido sem deixar um herdeiro conhecido. O reino ficou sem rei, e senhores poderosos lutavam entre si pelo trono.
Foram anos de guerra e tristeza. O povo precisava de um rei justo para trazer paz novamente à terra.
O sábio mago Merlin sabia que havia um verdadeiro rei, escolhido pelo destino. Mas ele esperava o momento certo de revelá-lo.
Um dia, algo extraordinário apareceu na praça da grande catedral de Londres: uma enorme pedra de mármore, e fincada nela, uma espada magnífica!
Em letras douradas gravadas na pedra, lia-se:
Todos os grandes senhores da Inglaterra vieram tentar puxar a espada. Cada um acreditava que seria o novo rei!
Um por um, eles tentaram. Puxaram com toda a força. Mas a espada não se movia nem um pouco! Era como se estivesse fundida à pedra.
Os mais fortes cavaleiros tentaram. Nada.
Os mais nobres lordes tentaram. Nada.
Ninguém conseguia mover a espada!
Os anos passaram. A espada continuava na pedra, esperando.
Longe da cidade, no castelo de Sir Ector, vivia um jovem chamado Arthur. Ele não sabia, mas havia sido criado por Sir Ector desde bebê, sob a proteção secreta de Merlin.
Arthur tinha cerca de quinze anos. Ele não era um príncipe ou nobre - era apenas o escudeiro de Kay, o filho de Sir Ector. Seu trabalho era cuidar das armas e do cavalo de Kay.
Arthur era humilde, trabalhador e bondoso. Todos gostavam dele, mas ninguém imaginava que ele seria alguém especial.
Um dia, foi anunciado um grande torneio em Londres. Kay, que acabara de ser feito cavaleiro, estava muito animado para participar!
Sir Ector, Kay e Arthur viajaram para Londres. Arthur levava todo o equipamento de Kay - a armadura, o escudo, as lanças.
No dia do torneio, quando chegaram ao campo, Kay percebeu algo terrível - ele havia esquecido sua espada!
"Arthur!" gritou Kay. "Esqueci minha espada na hospedaria! Corra e busque-a, rápido!"
Arthur montou seu cavalo e galopou de volta. Mas quando chegou lá, a hospedaria estava fechada e trancada. Todos haviam ido ao torneio!
"O que vou fazer?" pensou Arthur. "Kay precisa de uma espada! Sem ela, ele não pode participar do torneio!"
Arthur cavalgou desesperado pelas ruas vazias de Londres, procurando uma espada. Então viu algo brilhando na praça da catedral.
Era a espada na pedra!
Arthur não sabia da profecia. Ele nunca havia ouvido falar sobre ela. Para ele, era apenas uma espada, e Kay precisava de uma espada!
Arthur desceu do cavalo, aproximou-se da pedra e segurou o punho da espada.
Ele não pensou muito. Não fez discurso. Apenas puxou.
E a espada saiu da pedra facilmente, como se estivesse apenas encostada ali!
Arthur ficou surpreso com o quão fácil foi. Ele olhou a espada magnífica, brilhando ao sol. "Perfeito! Kay ficará feliz!"
Ele cavalgou de volta ao campo de torneio e entregou a espada a Kay.
Kay reconheceu a espada imediatamente. Seus olhos se arregalaram! "Pai! Pai! Olhe! Eu tirei a espada da pedra! Eu sou o rei da Inglaterra!"
Sir Ector olhou a espada com desconfiança. "Você tirou esta espada da pedra? Você mesmo?"
Kay hesitou. Ele não podia mentir para o pai. "Não... Arthur a trouxe para mim."
Sir Ector ficou muito sério. "Arthur, onde você conseguiu esta espada?"
"Da pedra na praça da catedral, senhor," respondeu Arthur inocentemente. "Kay havia esquecido sua espada, e eu precisava de uma para ele."
"Mostre-me," disse Sir Ector solenemente.
Eles foram todos para a praça. Sir Ector olhou para a pedra vazia, depois para Arthur.
"Coloque a espada de volta na pedra," ordenou.
Arthur, confuso mas obediente, enfiou a espada de volta. Ela entrou facilmente, ficando presa como antes.
"Agora, Kay, tente tirá-la," disse Sir Ector.
Kay puxou com todas as suas forças. A espada não se moveu.
"Agora você, Arthur."
Arthur segurou o punho e puxou. A espada saiu tão facilmente quanto antes!
Sir Ector e Kay se ajoelharam diante de Arthur!
"Pai! Kay! O que estão fazendo?" exclamou Arthur, assustado. "Levantem-se!"
Sir Ector tinha lágrimas nos olhos. "Meu filho, não sou seu verdadeiro pai. Merlin me trouxe você quando era bebê, para criá-lo em segurança. Mas agora chegou sua hora! Você é o verdadeiro rei da Inglaterra!"
Arthur não podia acreditar. "Eu? Um rei? Mas eu sou apenas um escudeiro!"
"Você tirou a espada da pedra," disse Sir Ector. "Só o verdadeiro rei poderia fazer isso. É seu destino!"
A notícia se espalhou rapidamente. Logo toda Londres veio à praça da catedral.
Os grandes senhores ficaram furiosos. "Um menino? Um escudeiro? Impossível!"
"Deixem-nos tentar novamente!" exigiram.
Um por um, cada grande senhor tentou puxar a espada. Nenhum conseguiu.
Então Arthur, sob os olhos de todos, puxou a espada novamente. Ela saiu facilmente, brilhando ao sol!
Um velho cavaleiro se ajoelhou. "Salve, Arthur, nosso rei!"
Depois outro. E outro. Logo, toda a multidão estava ajoelhada, gritando: "Viva o Rei Arthur!"
Alguns senhores ainda duvidavam e resmungavam. Mas Merlin, o grande mago, apareceu e confirmou tudo.
"Este é Arthur, filho do rei Uther Pendragon! Ele foi escondido para sua proteção, mas agora chegou o momento dele! Ele tirou a espada que nenhum outro poderia tirar. Ele é o rei escolhido pelo destino!"
Na catedral de Londres, Arthur foi coroado rei da Inglaterra. Ele era jovem e assustado, mas também determinado.
Ele fez um juramento solene: "Prometo ser um rei justo! Protegerei os fracos, defenderei o que é certo, e trarei paz e justiça para toda a Inglaterra!"
O jovem que havia sido apenas um escudeiro agora era o Rei Arthur!
E esta foi apenas o começo de sua lenda extraordinária. Arthur construiria Camelot, fundaria os Cavaleiros da Távola Redonda, e se tornaria o maior rei que a Inglaterra já conheceu.
Tudo porque, sem saber, ele puxou uma espada de uma pedra - não para si mesmo, mas para ajudar seu irmão. E às vezes, é exatamente assim que os verdadeiros heróis são revelados: fazendo o que é certo, mesmo sem saber que são especiais.
Reflexão



