Nove pragas haviam caído sobre o Egito, mas o faraó continuava recusando deixar o povo de Israel partir. Agora viria a última praga - a mais terrível de todas. Mas antes dela, Deus deu instruções especiais ao Seu povo.
O Senhor falou a Moisés e Arão na terra do Egito: "Este mês será para vós o princípio dos meses. Será para vós o primeiro mês do ano."
Deus estava instituindo algo novo - uma celebração que o povo de Israel guardaria para sempre, lembrando esta noite de libertação.
Deus continuou com instruções detalhadas: "O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. No dia catorze deste mês, toda a assembleia de Israel o imolará ao crepúsculo. Tomarão do sangue e porão nos dois umbrais e na verga da porta das casas."
Por que o sangue nas portas? Deus explicou: "O sangue vos servirá de sinal nas casas em que estiverdes. Quando eu vir o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga destruidora quando eu ferir a terra do Egito."
O cordeiro morreria no lugar do primogênito. Seu sangue os protegeria do julgamento que viria. Era um sacrifício substituto.
Deus também deu instruções sobre como comer o cordeiro: "Assim o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Comê-lo-eis às pressas. É a Páscoa do Senhor."
"Páscoa" significa "passar por cima". Deus passaria por cima das casas marcadas com sangue.
Deus disse: "Naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei todos os primogênitos, tanto dos homens como dos animais, e exercerei juízos sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor."
Moisés chamou todos os anciãos de Israel e lhes disse: "Ide, tomai um cordeiro para vossas famílias e imolai a Páscoa. Tomai um molho de hissopo, molhai-o no sangue que está na bacia e untai a verga da porta e os dois umbrais. Nenhum de vós saia da porta de sua casa até pela manhã."
Na noite do dia catorze, em toda a terra do Egito, famílias israelitas obedeceram às instruções de Deus. Sacrificaram seus cordeiros, puseram o sangue nas portas, assaram a carne e comeram às pressas, vestidos e prontos para partir.
Era uma noite de expectativa e temor. Eles sabiam que algo terrível estava prestes a acontecer no Egito. Mas dentro de suas casas, protegidos pelo sangue do cordeiro, estavam seguros.
À meia-noite, o Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do faraó que se assentava em seu trono até o primogênito do cativo no cárcere, e todos os primogênitos dos animais.
O faraó se levantou de noite, ele, todos os seus servos e todos os egípcios. Houve um grande clamor no Egito, porque não havia casa onde não houvesse um morto.
Mas nas casas dos israelitas, marcadas com sangue, todos os primogênitos estavam vivos e salvos. O anjo da morte havia passado por cima deles. A promessa de Deus se cumpriu!
O faraó chamou Moisés e Arão de noite e disse:
Finalmente! Depois de tantas recusas, depois de dez pragas, o faraó deixou o povo partir. Mais que isso - ele os expulsou! Os egípcios urgiam o povo, apressando-os para que saíssem da terra, porque diziam: "Todos morreremos!"
O povo tomou sua massa antes que levedasse, suas amassadeiras embrulhadas em suas roupas sobre os ombros. Os filhos de Israel fizeram conforme Moisés tinha dito: pediram aos egípcios objetos de prata, objetos de ouro e roupas.
O Senhor deu ao povo favor aos olhos dos egípcios, que lhes concederam o que pediam. Assim despojaram os egípcios.
Os filhos de Israel partiram de Ramessés para Sucot, cerca de seiscentos mil homens a pé, sem contar mulheres e crianças. Com eles saiu também uma grande multidão mista, e ovelhas e gado, uma quantidade imensa.
Seiscentos mil homens significava que, com mulheres, crianças e idosos, havia provavelmente mais de dois milhões de pessoas! Era uma multidão enorme deixando o Egito, guiada por Moisés.
Com a massa que haviam trazido do Egito, cozeram pães ázimos, porque não tinha levedado. Haviam sido expulsos do Egito e não puderam demorar-se, nem preparar provisões.
A permanência dos filhos de Israel no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. Ao fim dos quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito.
Deus estava cumprindo a promessa que havia feito a Abraão séculos antes! Ele havia dito a Abraão que seus descendentes seriam estrangeiros em terra alheia e seriam escravizados, mas que depois sairiam com grandes riquezas. E agora estava acontecendo!
O Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, a fim de que pudessem caminhar de dia e de noite.
A coluna de nuvem de dia e a coluna de fogo de noite não se apartavam de diante do povo. Era a presença visível de Deus guiando Seu povo!
Imagine a cena: milhões de pessoas, com seus rebanhos, suas carroças, suas crianças, marchando pelo deserto. E à frente deles, uma coluna majestosa - nuvem durante o dia, fogo durante a noite - mostrando o caminho.
Eles não sabiam para onde estavam indo exatamente. Não tinham mapas. Mas tinham algo melhor - tinham Deus guiando-os pessoalmente!
Deus disse a Moisés: "Este dia vos servirá de memorial, e o celebrareis como festa do Senhor. De geração em geração o celebrareis. É um decreto perpétuo."
A Páscoa não seria celebrada apenas uma vez. Israel deveria celebrá-la todo ano, para sempre, lembrando a noite em que Deus os libertou do Egito.
"Quando vossos filhos vos perguntarem: 'Que significa para vós este rito?', respondereis: 'É o sacrifício da Páscoa do Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou nossas casas.'"
Cada geração deveria contar esta história a seus filhos. A história da libertação. A história do cordeiro cujo sangue salvou. A história de como Deus cumpriu Sua promessa e tirou Seu povo da escravidão.
Naquela noite, tudo mudou para o povo de Israel. Eles deixaram de ser escravos e se tornaram uma nação livre. Deixaram de ser propriedade do faraó e se tornaram o povo de Deus.
Não foi por sua força ou poder que foram libertados. Foi o poder de Deus. Não foi por serem especiais ou merecedores. Foi porque Deus os amava e havia feito uma aliança com seus ancestrais.
O sangue do cordeiro os salvou da morte. A fidelidade de Deus os libertou da escravidão. E agora começava uma nova jornada - uma jornada rumo à Terra Prometida, uma jornada para se tornarem o povo que Deus os chamou para ser.
O Êxodo - a saída do Egito - seria lembrado para sempre como o evento mais importante na história de Israel. Foi quando nasceram como nação. Foi quando experimentaram o poder salvador de Deus.
E a Páscoa seria celebrada ano após ano, geração após geração, lembrando que Deus liberta Seu povo, que Ele cumpre Suas promessas, e que o sangue do cordeiro traz salvação.
Reflexão



