Era o ano de 1917. A Europa estava mergulhada na Primeira Guerra Mundial. Milhões morriam. Famílias sofriam. O mundo estava em trevas.
Mas em Portugal, num vilarejo pequeno e pobre chamado Fátima, algo extraordinário estava prestes a acontecer.
Algo que mudaria o mundo.
Fátima era um lugar humilde. Casas simples de pedra. Campos áridos. Poucas árvores. As famílias eram pobres, vivendo de pastorear ovelhas e plantar.
Ali moravam três crianças que cuidavam das ovelhas: Lúcia dos Santos, de 10 anos, e seus primos Francisco e Jacinta Marto, de 9 e 7 anos respectivamente.
Eles não sabiam que estavam prestes a se tornar testemunhas do maior evento mariano do século 20.
Em 1916, um ano antes das grandes aparições, algo incomum aconteceu.
As três crianças estavam cuidando das ovelhas quando viram uma luz brilhante. Da luz surgiu uma figura - um jovem radiante!
"Não tenham medo," disse ele. "Eu sou o Anjo da Paz."
As crianças ficaram paralisadas de espanto!
O anjo ensinou-lhes uma oração: "Meu Deus, eu creio, adoro, espero e Vos amo!"
O anjo apareceu três vezes em 1916, preparando as crianças para algo maior que viria.
Na última aparição, o anjo lhes deu a Comunhão Eucarística e disse: "Ofereçam orações e sacrifícios ao Altíssimo!"
As crianças não contaram a ninguém. Mantiveram segredo. Mas algo mudou nelas. Tornaram-se mais sérias, mais rezadoras.
Estavam sendo preparadas...
Chegou o ano de 1917. Era 13 de maio, um domingo.
Lúcia, Francisco e Jacinta estavam na Cova da Iria - um vale entre colinas onde pastoreavam as ovelhas.
Era meio-dia. O céu estava claro e azul.
De repente, viram um relâmpago!
"Trovão!" gritou Jacinta. "Vamos para casa antes da chuva!"
Mas não havia nuvens. Estranho...
Começaram a descer com as ovelhas quando viram outro relâmpago!
E então... algo incrível!
Sobre uma pequena azinheira (árvore baixa), havia uma luz brilhante.
E dentro da luz... uma Senhora!
Era a mulher mais linda que já haviam visto! Ela estava vestida completamente de branco. Seu rosto brilhava como o sol, mas não machucava os olhos olhar para Ela!
Ela tinha um rosário branco nas mãos. Seus olhos eram gentis e tristes ao mesmo tempo.
As crianças ficaram paralisadas! Não conseguiam se mover!
A Senhora sorriu docemente e falou:
Lúcia, sendo a mais velha e corajosa, perguntou tremendo:
"De onde a Senhora vem?"
A Senhora respondeu: "Venho do Céu."
"E o que a Senhora quer de mim?" perguntou Lúcia.
A Senhora disse algo surpreendente:
As crianças mal podiam acreditar! A Senhora do Céu queria vê-las novamente!
Então a Senhora fez uma pergunta importante:
"Querem oferecer-se a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-lhes, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?"
Lúcia respondeu: "Sim, queremos!"
"Então vão sofrer muito," disse a Senhora gentilmente. "Mas a graça de Deus será o vosso conforto!"
Quando a Senhora disse "graça de Deus", uma luz imensa saiu de Suas mãos e penetrou os corações das crianças!
Elas se viram mergulhadas em Deus! Sentiram um amor tão grande que não podiam descrever!
Francisco, Jacinta e Lúcia caíram de joelhos, repetindo: "Santíssima Trindade, eu Vos adoro!"
A Senhora então fez outro pedido importante:
E então, a Senhora começou a se elevar lentamente, movendo-se para o leste. A luz ao Seu redor gradualmente desapareceu no céu.
As crianças ficaram em êxtase por vários minutos. Não conseguiam falar. Não conseguiam se mover.
Finalmente, Lúcia sussurrou: "Ela... Ela era tão linda!"
Jacinta chorava de alegria: "Oh! Nossa Senhora é tão bonita! Tão bonita!"
Francisco (que podia ver a Senhora mas não ouvi-La) perguntou: "O que Ela disse? O que Ela disse?"
As crianças voltaram para casa mudadas.
Lúcia disse às primas: "Não devemos contar a ninguém! É nosso segredo!"
Mas Jacinta, com apenas 7 anos, estava tão excitada que não conseguiu guardar segredo!
Quando chegou em casa, contou tudo para sua mãe: "Mãe! Mãe! Vimos uma Senhora do Céu na Cova da Iria!"
A mãe de Jacinta não acreditou. "Fantasias de crianças!" disse.
Mas Jacinta insistia: "É verdade! Ela era toda branca e brilhante! E vai voltar!"
Logo todo o vilarejo sabia. As pessoas riam das crianças. Zombavam delas.
A mãe de Lúcia, Maria Rosa, ficou furiosa!
"Você está mentindo!" ela gritava com Lúcia. "Pare de inventar histórias! Você está envergonhando nossa família!"
Ela até bateu em Lúcia. Mas Lúcia mantinha sua história: "É verdade, mãe! Eu juro! Vi Nossa Senhora!"
O padre da paróquia também duvidava. "Pode ser o demônio enganando vocês!" ele advertiu.
Mas as crianças sabiam o que viram. Nada as faria negar.
Os pais de Francisco e Jacinta, porém, eram diferentes. Eles viam que as crianças estavam mudadas - mais sérias, mais rezadoras. "Talvez seja verdade," pensavam.
Enquanto isso, as crianças aguardavam ansiosamente o dia 13 de junho.
Elas faziam sacrifícios como a Senhora pedira. Davam sua comida aos pobres e passavam fome. Não bebiam água em dias quentes. Usavam cordas ásperas amarradas na cintura que machucavam.
"Fazemos isso pelos pecadores!" Jacinta dizia.
Francisco passava horas escondido na igreja, adorando Jesus no Sacrário. "Quero consolar Jesus porque pecadores O fazem sofrer tanto!" ele explicava.
Lúcia rezava o terço constantemente, mesmo enquanto cuidava das ovelhas.
As crianças estavam mudadas. Transformadas pelo encontro com o Céu.
O dia 13 de junho finalmente chegou!
Cerca de 50 pessoas curiosas acompanharam as crianças até a Cova da Iria. Queriam ver se algo realmente aconteceria.
Ao meio-dia, as crianças viram o relâmpago novamente! E então... Nossa Senhora apareceu sobre a azinheira!
"Ela está aí! Ela está aí!" gritou Jacinta.
As 50 pessoas olhavam mas não viam nada! Ou melhor... alguns viram uma pequena nuvem sobre a árvore. Outros ouviram um zumbido suave como abelhas. Mas nenhum adulto via a Senhora!
Apenas as três crianças a viam e ouviam!
Nossa Senhora conversou com elas novamente. Pediu mais orações. Mais sacrifícios. E disse algo misterioso sobre os corações de Jesus e Maria.
Em 13 de julho, aconteceu a terceira aparição.
Agora cerca de 5.000 pessoas vieram! A notícia se espalhara por toda a região!
Nossa Senhora apareceu novamente. Desta vez, Ela revelou algo terrível e importante - os três segredos de Fátima!
O primeiro segredo era uma visão do inferno! As crianças viram almas sofrendo em chamas!
Foi tão aterrador que Jacinta desmaiou! Ela gritava e chorava dias depois: "Lúcia! Tantas almas vão para o inferno! Precisamos rezar e fazer sacrifícios!"
O segundo e terceiro segredos falavam do futuro - guerras, perseguições, sofrimentos, mas também promessas de triunfo de Maria.
Nossa Senhora disse que voltaria em outubro e faria um grande milagre para que todos acreditassem!
Mas nem todos ficaram felizes com as aparições.
O governo de Portugal naquela época era anticatólico. Não queria religião.
O administrador de Ourém (cidade próxima), Artur de Oliveira Santos, era ateu feroz. Ele odiava a Igreja.
Em 13 de agosto, ele sequestrou as três crianças!
Levou-as para a prisão! Trancou-as numa cela com criminosos! Ameaçou fervê-las vivas em óleo se não revelassem os segredos!
As crianças, aterrorizadas, pensavam que iam morrer!
Mas mesmo assim, recusaram contar os segredos! "Pode nos matar!" Lúcia disse corajosamente. "Mas não contaremos!"
Jacinta, com apenas 7 anos, tirou uma medalha de Maria do bolso e começou a rezar. Os outros prisioneiros, comovidos, rezaram com ela!
O administrador finalmente libertou as crianças, derrotado por sua fé.
Mas porque as crianças foram sequestradas, perderam a aparição de 13 de agosto!
Nossa Senhora, porém, apareceu-lhes alguns dias depois em outro local. Ela estava triste porque não puderam vir na data marcada.
Em 13 de setembro, 30.000 pessoas vieram!
Todos viram fenômenos estranhos: o sol ficou pálido e se podia olhar para ele sem machucar os olhos! Havia uma "chuva" de pétalas brancas que desapareciam antes de tocar o chão! Uma luz colorida cobriu tudo!
"Um milagre! Um milagre!" gritavam as pessoas.
Mas Nossa Senhora disse que o verdadeiro milagre viria em outubro...
O palco estava montado para o evento mais extraordinário de Fátima...
Reflexão



