Nove anos.
Nove Anos a guerra durava! Os gregos sitiavam Troia! Acampavam na praia! Atacavam as muralhas! Mas Troia era forte demais!
As muralhas da cidade eram construídas pelos deuses Poseidon e Apolo - impossíveis de quebrar.
Do lado grego, Aquiles era o herói supremo! Invencível em combate! Mais rápido que qualquer homem! Mais forte! Sua mãe Tétis o havia mergulhado no rio Estige quando bebê, tornando-o praticamente imortal!
(Nota: ela o segurou pelo calcanhar, então APENAS o calcanhar era vulnerável - o famoso "calcanhar de Aquiles"!)
Aquiles havia matado centenas de troianos! Incluindo heróis famosos! Sem ele, os gregos já teriam perdido!
Do lado troiano, Heitor era o maior defensor! Filho mais velho do Rei Príamo! Nobre, corajoso, amado por seu povo!
Heitor lutava não por glória, mas para proteger sua esposa Andrômaca e seu filho pequeno Astíanax! Lutava para defender sua cidade!
Aquiles e Heitor ainda não haviam se encontrado em combate! Mas todos sabiam: quando isso acontecesse, seria Épico!
Então, no nono ano, algo terrível aconteceu no acampamento grego.
Agamêmnon, líder dos gregos, capturou uma jovem chamada Criseida como prêmio de guerra.
Mas Criseida era filha de Crises, um sacerdote de Apolo.
Crises veio ao acampamento com resgates: "Por favor! Devolva minha filha! Dou-lhe ouro, tesouros!"
Agamêmnon recusou com arrogância: "NÃO! Ela é minha! Vá embora, velho!"
Crises rezou para Apolo! E Apolo, furioso com o desrespeito, enviou uma Praga sobre o exército grego!
Soldados começaram a morrer aos montos! A doença se espalhava!
Finalmente, Aquiles convocou uma assembleia.
"Agamêmnon! Precisamos devolver Criseida ao pai! A praga nos destruirá!"
Agamêmnon, furioso mas sem escolha, concordou: "ESTÁ BEM! Devolvo Criseida! MAS... pegarei a SUA prêmio de guerra, Aquiles! A jovem Briseis!"
Aquiles ficou chocado! "VOCÊ NÃO OUSA!"
"Ouso!" disse Agamêmnon. "Sou o líder! Obedeça!"
Os soldados de Agamêmnon entraram na tenda de Aquiles e levaram Briseis embora.
Aquiles ficou Furioso! Sua honra havia sido insultada publicamente!
Ele sacou sua espada, prestes a matar Agamêmnon ali mesmo.
Mas a deusa Atena desceu invisível! Puxou os cabelos de Aquiles!
"Aquiles! Não o mate! Sua hora de glória ainda virá! Mas não assim!"
Aquiles, tremendo de raiva, guardou a espada.
Mas ele fez um juramento terrível:
"Agamêmnon! Você me insultou! Então NÃO LUTAREI MAIS! Eu e meus guerreiros Mirmidões nos retiramos da guerra! Vocês verão quão importante eu sou quando os troianos massacrarem o exército grego sem mim!"
E Aquiles se retirou para sua tenda! Recusou-se a lutar!
Sem Aquiles, os gregos começaram a Perder.
Heitor liderou os troianos numa contra-ofensiva brutal! Empurrou os gregos de volta para seus navios!
Dia após dia, os troianos ganhavam terreno.
Finalmente, os troianos chegaram aos próprios navios gregos e começaram a queimá-los.
O exército grego estava à beira do colapso.
Agamêmnon, desesperado, enviou embaixadores para Aquiles: "Por favor! Volte a lutar! Devolvo Briseis! Dou tesouros! Cidades! O que quiser!"
Mas Aquiles, ainda furioso, recusou: "NÃO! Minha honra foi manchada! Agamêmnon deve pagar!"
Pátroclo, melhor amigo de Aquiles desde a infância, observava tudo com o coração partido.
Ele viu os gregos morrendo! Viu amigos sendo feridos! Não aguentava mais!
"Aquiles," implorou Pátroclo, "se você não lutará, deixe-me vestir sua armadura! Os troianos pensarão que sou você! Recuarão com medo!"
Aquiles hesitou! Mas Pátroclo insistiu! "Por favor! Nossos amigos estão morrendo!"
Finalmente, Aquiles concordou: "Está bem! Vista minha armadura! Mas APENAS afaste os troianos dos navios! NÃO persiga até Troia! NÃO lute com Heitor! Volte imediatamente!"
Pátroclo vestiu a armadura brilhante de Aquiles - feita por Hefesto, o deus ferreiro.
Os Mirmidões o seguiram.
Quando Pátroclo entrou em batalha, os troianos gritaram com terror: "AQUILES VOLTOU! FUJAM!"
Pátroclo lutou brilhantemente! Empurrou os troianos para longe dos navios! Matou dezenas!
Mas então... ele esqueceu a ordem de Aquiles.
Pátroclo, empolgado com a vitória, perseguiu os troianos até as próprias portas de Troia.
Apolo, que favorecia os troianos, viu Pátroclo e ficou furioso.
O deus desceu invisível! Bateu nas costas de Pátroclo com força divina!
Whooom.
O capacete de Pátroclo voou! A armadura se soltou! Sua lança quebrou!
Pátroclo ficou atordoado, indefeso.
E ali estava Heitor.
Heitor não sabia que era Pátroclo - pensava que era Aquiles enfraquecido por Apolo.
Com sua lança, Heitor atacou! Atravessou Pátroclo!
Pátroclo caiu, morrendo.
Com os últimos suspiros, ele sussurrou: "Heitor... você não triunfará por muito tempo... Aquiles... vingará... minha morte..."
E Pátroclo morreu.
Heitor tirou a armadura de Aquiles do corpo de Pátroclo e a vestiu.
Os gregos lutaram desesperadamente para recuperar o corpo de Pátroclo! Finalmente conseguiram!
A notícia chegou a Aquiles.
"Aquiles! Pátroclo... está morto! Heitor o matou e roubou sua armadura!"
O grito de Aquiles ecoou por todo o campo de batalha.
Era um grito de dor tão profunda, tão terrível, que até os deuses no Olimpo ouviram e se calaram.
Aquiles caiu de joelhos, chorando! Rasgou as próprias roupas! Cobriu o rosto com cinzas!
Seu melhor amigo! Seu irmão! Morto por causa de sua teimosia!
A mãe de Aquiles, Tétis, emergiu do mar ao ouvir os gritos do filho.
"Mãe," disse Aquiles com voz vazia, "Pátroclo está morto! E é minha culpa! Meu orgulho tolo o matou!"
"Filho—" começou Tétis.
"Vou matar Heitor!" jurou Aquiles. "Mesmo que isso signifique minha própria morte!"
Tétis chorou! Havia uma profecia: se Aquiles ficasse em casa, viveria longa vida obscura! Se fosse para Troia, teria glória eterna mas morreria jovem!
E havia outra profecia: logo após Heitor morrer, Aquiles também morreria.
"Se você matar Heitor," disse Tétis, "morrerá em seguida!"
"Que seja!" disse Aquiles. "Vida sem Pátroclo não vale nada! Prefiro morrer com glória do que viver como covarde!"
Tétis foi ao Olimpo! Implorou a Hefesto: "Faça nova armadura para meu filho! A mais magnífica já criada!"
Hefesto, com pena de Tétis, trabalhou a noite toda.
Ele criou uma armadura divina: escudo decorado com cenas do universo inteiro! Capacete brilhante! Couraça impenetrável!
No amanhecer, Tétis entregou a armadura a Aquiles.
Aquiles vestiu a armadura divina! Pegou sua lança! E foi confrontar Agamêmnon!
"Agamêmnon! Nossa briga acabou! Você venceu! Sua teimosia matou meu amigo! Mas agora luto - não por você! Mas para vingar Pátroclo!"
Aquiles entrou em batalha.
E foi como liberar um furacão.
Aquiles lutou com fúria indescritível! Matou troianos aos montes! Dezenas! Centenas!
O rio Escamandro ficou entupido com corpos! O próprio rio-deus reclamou: "Aquiles! Pare de encher meu leito com mortos!"
Aquiles lutou até contra o rio-deus.
Os troianos fugiram com terror de volta para dentro das muralhas.
Mas Heitor permaneceu do lado de fora.
Sozinho! Esperando!
Do alto das muralhas, o Rei Príamo e a Rainha Hécuba gritaram:
"Heitor! Filho! Entre! Aquiles o matará!"
Andrômaca, esposa de Heitor, chorava: "Meu amor! Não lute sozinho!"
Mas Heitor sacudiu a cabeça! "Não posso! Foi minha lança que matou Pátroclo! Devo enfrentar as consequências! Um líder não se esconde!"
Quando Aquiles se aproximou, Heitor sentiu terror.
Por um momento, ele correu! Aquiles o perseguiu!
Três vezes correram ao redor das muralhas de Troia! Como um pesadelo!
Então Atena (que odiava Troia) apareceu a Heitor disfarçada como seu irmão:
"Heitor! Lutarei ao seu lado!"
Heitor, encorajado, parou! Virou-se para enfrentar Aquiles!
"Aquiles!" gritou Heitor. "Lutaremos! Quem vencer, devolve o corpo do perdedor para funeral honrado!"
"Não haverá acordos!" rosnou Aquiles. "Leões não fazem pactos com homens! Hoje você morre!"
Heitor atirou sua lança! Atingiu o escudo de Aquiles! Mas ricocheteou!
Heitor virou-se para pegar outra lança do seu "irmão"... mas não havia ninguém! Atena havia desaparecido!
"Fui enganado pelos deuses!" sussurrou Heitor. "Então morrerei lutando!"
Heitor atacou com espada! Lutou bravamente!
Mas Aquiles era superior! E tinha armadura divina!
Aquiles viu uma abertura - uma parte do pescoço exposta.
Thrust! A lança de Aquiles atravessou a garganta de Heitor!
Heitor caiu, morrendo.
"Aquiles..." sussurrou Heitor. "Por favor... devolva meu corpo... para minha família... para funeral adequado..."
"NÃO!" rosnou Aquiles com ódio. "Você matou Pátroclo! Os cães comerão seu cadáver!"
E Heitor morreu.
O que Aquiles fez em seguida chocou até os deuses.
Ele amarrou o corpo de Heitor à sua carruagem! E arrastou o corpo ao redor das muralhas de Troia!
Nas muralhas, Príamo, Hécuba e Andrômaca gritaram de horror e dor.
Por dias, Aquiles arrastou o corpo de Heitor! Desrespeitando totalmente os mortos!
Mas os deuses protegeram o corpo de Heitor - ele não se deteriorou.
Finalmente, Zeus disse: "Chega! Aquiles foi longe demais!"
Naquela noite, o velho Rei Príamo fez algo incrivelmente corajoso.
Sozinho, guiado por Hermes, ele foi ao acampamento grego.
Entrou na tenda de Aquiles.
Ajoelhou-se e beijou as mãos de Aquiles - as mesmas mãos que mataram seu filho.
"Aquiles," disse Príamo chorando, "lembre-se de seu próprio pai! Ele também é velho! Imagine se fosse seu pai implorando pelo corpo de seu filho! Tenha piedade! Devolva-me o corpo de Heitor! Deixe-me enterrá-lo com honra!"
Aquiles olhou para o velho rei.
E pela primeira vez desde a morte de Pátroclo... sentiu algo além de raiva.
Viu a dor de um pai! Lembrou-se de seu próprio pai, Peleu, que nunca mais veria!
Lembrou-se de sua humanidade.
Aquiles chorou! E Príamo chorou! Os dois inimigos choraram juntos pela tragédia da guerra!
"Velho," disse Aquiles suavemente, "leve seu filho! Farei uma trégua de doze dias para que Troia possa realizar os funerais!"
Príamo levou o corpo de Heitor de volta.
Troia enterrou Heitor com honras completas! A cidade inteira chorou por seu maior defensor!
E a guerra continuava... mas agora todos sabiam que o fim estava próximo.
Reflexão



